quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Falta sinergia entre sedes da Copa 2014

Faltam exatamente 1.036 dias para o início da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e os organizadores das 12 cidades sedes do evento esportivo ainda estão na fase de planejamento. A superação dos desafios passa pelas áreas mais críticas da infraestrutura que engloba a construção dos estádios e vias, além de melhorias nos serviços de transportes (urbano, metroviário e aeroportos) e segurança pública, entre outros. Mas a conta não fecha por aqui. Há dois aspectos muito importantes que ainda nem entraram na pauta da organização: Telecomunicações e Tecnologia da Informação.

Mesmo diante desses desafios, talvez a maior preocupação explicitada durante o evento “TI e Telecom na Copa 2014 e Olimpíadas 2016”, organizado pela IDC Brasil e pela Brasscom e que aconteceu ontem em Brasília, foi a falta de sinergia entre as cidades sedes por não terem um comitê organizador que centralize as decisões e o rumo das obras necessárias. A impressão que Mauro Peres, country manager da IDC no Brasil, descreveu em entrevista à Decision Report foi de serem 12 projetos independentes, alguns sem questões orçamentárias resolvidas.

“O que eu vejo é uma falta de comunicação, são projetos diferentes. Uns podem proporcionar experiências ótimas, outros não tão boas. Deveria ter uma autoridade pública para coordenar as iniciativas. Talvez dê tempo de criar um comitê organizador para centralizar as decisões”, afirma Peres. Um gestor poderia ajudar no atual momento de aceleração das iniciativas diante de um dos principais desafios que o País enfrenta: a expansão da banda larga.

Na opinião de Peres, a internet é o alicerce para que tudo aconteça não só durante a Copa, mas pós-evento: “Uma preocupação que não podemos deixar de lado é o legado que o Brasil precisa deixar aos cidadãos. A banda larga, seja fixa ou móvel, é a base desse legado. Para o País se manter competitivo, formar gente capacitada e desenvolver boa educação e cultura, é preciso avançar mais nessa questão”, enfatiza.

Os problemas de banda larga são os mais desafiadores para os organizadores do evento. Com o rápido avanço da tecnologia, o mundial de 2014 será a “Copa da mobilidade” por conta do grande volume de tráfego de voz e dados não só dos brasileiros, mas dos estrangeiros que estiverem por aqui. “A banda larga tem pouca penetração e baixa velocidade. Manaus, uma das cidades sedes, nem tem fibra ótica ainda”, diz o executivo.

Tendências

Como a FIFA (Federação Internacional de Futebol) está mais preocupada com a construção dos estádios, a fiscalização sobre os investimentos em TI ainda está em segundo plano. Segundo o executivo, a partir de novembro a instituição dará mais ênfase nesse quesito. “Não existe orçamento definido para a TI. O que pudemos perceber durante o evento é que, devido ao atraso das iniciativas, as cidades sedes estão pedindo soluções tecnológicas que já venham com um plano de financiamento”.

Peres divide as tendências em termos de infraestrutura de TI em duas vias. Para os sistemas de monitoramento e transmissão dos jogos, apoio de mídia e gerenciamento, não vai haver muitas novidades - o que se espera é a utilização de sistemas consolidados e já testados em outras Copas e eventos esportivos, como a transmissão televisiva em alta definição ou mesmo em 3D.

As novidades ficarão por conta da mobilidade, consolidação das conexões em 4G e das redes sociais. Para Mauro Peres, as novas mídias darão outra dimensão à Copa e proporcionarão grandes experiências de interatividade. Haverá sistemas inovadores na área da saúde, transporte, aeroportos e segurança pública, além do aumento na base de smartphones com aplicações de posicionamento, GPS, entre outros.

Em relação à bola da vez na TI, a computação em nuvem, o country manager da IDC não acredita que isso ainda será uma novidade para eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. “Nos coração dos sistemas, acredito que o Cloud não será utilizado. Talvez em coisa periféricas para resolver picos de demandas de tráfego, mas nada muito além disso. Se o Brasil conseguir uma boa aplicação da banda larga já será uma grande vitória”.

Mesmo com as dificuldades à vista, Peres está otimista em relação aos prazos e investimentos que o evento demanda. “Acredito que vamos conseguir entregar tudo a tempo. Claro que vamos ter alguns problemas em áreas mais críticas como transporte e aeroportos, mas todos estão trabalhando para cumprir o requerimento. O importante é não perder o foco. Não adianta cada um correr para lados diferentes. Precisamos caminhar todos na mesma direção”, finaliza.

Fonte: Decision Report

http://gcopa2014.com.br/?p=noticia&id_noticia=9318&nome=Artigo:-Falta-sinergia-entre-sedes-da-Copa-2014

Postado por Fernanda, Jacqueline, Vitor, Erico , Renata e Luiz Antonio.

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