Tecnologia pode ser o grande gargalo de 2014
Evento exige infraestrutura complexa de telecomunicações
Considerado o maior  evento midiático do planeta, a Copa do Mundo exige uma complexa  infraestrutura de telecomunicações capaz de atender as equipes de mídia e  também os turistas. Apesar disso, os setores de TI e Telecom continuam  fora dos planos da maior parte das cidades-sede de 2014. "Sem TI e  telecomunicações não haverá Copa", afirma Fábio Ferragi, da Telium  Networks. "Em 2014, provavelmente veremos o evento mais marcado pela  convergência digital. Hoje, apenas discutimos a importância que as  tecnologias digitais têm no dia-a-dia da mídia. Na Copa, isto estará na  nossa frente", avalia o especialista. A Telium é a empresa parceira de  hospedagem do portal www.copa2014.org.br.
O Ministério das  Comunicações informa já ter uma avaliação em andamento numa comissão  especial, vinculada ao Ministério dos Esportes. Mas ainda não existe  cronograma montado, nem previsão de finalização deste primeiro parecer.  Somente a partir do resultado do trabalho inicial será elaborado todo o  plano para o evento. Para os especialistas, a discussão já está atrasada  e as constantes panes no sistema de telefonia e internet no país são  sinais dessa defasagem. Um exemplo: na cidade de São Paulo são previstos  investimentos de R$ 32 bilhões para renovar várias áreas da  infraestrutura, de turismo à energia, que seriam feitas até 2020, mas  que em virtude da Copa serão adiantadas. Contudo, não há nada definido  em termos de TI e Telecom.
Castelão digitalizado
Cidades  menos dotadas de redes de comunicações já começaram a se mexer, bem  mais que as capitais do Sudeste do Brasil. O estádio Castelão, de  Fortaleza, será circundado com um anel de fibra ótica e abrigará um  moderno data-center, adequado para o tráfego de imagens de alta  definição (HDTV) a velocidades que variam de 1Gb a 10Gb. O projeto do  estádio servirá de base para que a cidade entre definitivamente na  economia digital, com a expansão da rede de ótica para toda a região  metropolitana da capital cearense.
As cidades brasileiras que não  modernizarem suas infraestruturas de TI e Telecom correm o risco de ter  a imagem desgastada frente à bilhões de pessoas. As cidades da Copa da  África do Sul preveem receber em média 3 milhões de turistas e centenas  de equipes de jornalistas. Todos portando gadgets modernos e com  capacidade imensa de produzir imagens e vídeos digitais que serão  enviados para todos os lugares do mundo por redes de telefonia fixa,  celular e outras formas de transmissão.
Em entrevista ao portal  IT Web, o presidente da Brasscom - Associação Brasileira das Empresas de  Tecnologia da Informação e Comunicação, Antonio Gil, defende que as  discussões sobre as tecnologias para a Copa de 2014 gerem planos de  longo prazo para o País. "O Brasil só será a quinta maior economia do  mundo em dez anos, como diz o presidente Lula, se investir a partir de  agora", ressalta Gil. E o maior evento do futebol mundial pode ajudar  nisto, acelerando projetos e trazendo capital. Mas a entidade também não  iniciou qualquer ação específica ou aproximação com o poder público  para participar das decisões sobre onde e como investir na  infraestrutura de TI e telecom para a Copa.
"Levamos  constantemente nossos planos gerais sobre o País para ministros e o  presidente, mas nada houve sobre a Copa de 2014", aponta Gil. No  entanto, ele diz que a Brasscom deve se dedicar mais a esse assunto  ainda em 2009. Até porque, com a liberdade de escolha que as sedes podem  ter sobre fornecedores, o evento é uma grande oportunidade de o setor  se mostrar para o mundo. E o primeiro grande desafio a enfrentar é  evitar a firula que governantes fazem com investimentos desse tipo.  "Muitos políticos não gostam de falar sobre investimentos em tecnologia,  porque eles não aparecem para o eleitor, diferentemente da construção  de um estádio e esta visão sobre TI e telecomunicações precisa mudar O  Brasil tem de provar que pode suportar uma Copa do Mundo antes do  pontapé inicial do jogo de abertura, completa Gil.
 
                          

 
Os jogos olímpicos já estão batendo nossa porta e as cidades sedes ainda não se mobilizaram para montar uma infraestrutura para a rede de telecomunicação. Um evento esportivo de grande magnitude como esse, que deve ser usado para promover positivamente o Brasil no exterior, pode ser uma verdadeira catástrofe se nada for feito em infraestrutura digital. Hoje sem grandes acontecimentos, já é um fiasco nosso sistema de telefonia e internet, com muitos problemas e dificuldade de resolução. Imaginem com a transmissão para o mundo inteiro de um evento desse porte. A cidade repleta de turistas e repórteres do mundo inteiro, com falhas e dificuldades na transmissão e comunicação com sistemas de rede que não funcionam ou não suportam a demanda.
ResponderExcluirO grande desafio é a visão política que não ver com bons olhos, o investimento em tecnologia já que não é algo de concreto, algo que possa ser visto e vinculado a sua imagem.