quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A perspectiva de aumento no atendimento hospitalar na rede pública carioca durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016

Palavras-Chave: aumento populacional; olimpíadas 2016; copa do mundo 2014; atendimento hospitalar.

INTRODUÇÃO
A proximidade da Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 sugere um aumento populacional abrupto na cidade do Rio de Janeiro. Junto com os eventos, a cidade receberá grande demanda de turistas, jornalistas e federações esportivas.
O atendimento hospitalar de emergência ainda é bastante utilizado pelos cidadãos brasileiros. Apesar do crescente incentivo à atenção básica, de acordo com Agência Nacional de Saúde, procurar um posto de saúde ou uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) não faz parte do cotidiano da maioria da população.
De acordo com o DATASUS (2010), a população carioca (apenas RJ capital) era de aproximadamente 6.186.713 habitantes residentes, com predominância da faixa etária entre 20 e 49 anos, tendo o sexo feminino como preponderante.
Estima-se que durante os jogos olímpicos e copa do mundo, apenas em um mês, passe pela cidade em torno de 500.000 turistas, somando 10% do total que o país recebe em um ano (Revista Veja, edição outubro/2007). Esta demanda significaria um aumento de cerca de 8% na população local.
O objetivo deste projeto é evidenciar com fatos e suposições o conjunto situacional da rede hospitalar pública da cidade. Entretanto, o caos atual instaurado na saúde carioca não suportaria tal aumento na demanda populacional, que chegará próximo aos 8%, quando comparado com a população carioca em 2009.
Concluímos portanto, que algumas medidas precisam ser adotadas a fim de restaurar o sistema de saúde pública e ampliá-lo a ponto de assegurar que a população transitória também possa ter direito à saúde.

FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A Agência Nacional de Saúde divulgou em 2010 sua primeira agenda reguladora, que estipula em nove temas, as melhorias que devem ser implementadas no setor hospitalar público, nos anos de 2011 e 2012. O objetivo é promover o desenvolvimento saudável e sustentado do setor. É um compromisso que visa assegurar a transparência e previsibilidade da Agência reguladora. Um dos temas divulgados discursa sobre a integração da saúde suplementar com o SUS:
É preciso aproximar os setores público e privado. Eles não devem atuar como competidores, mas como parceiros trabalhando juntos para conhecer e atender às necessidades de saúde da população. Assim, por exemplo, uma operadora de planos de saúde pode ajudar no acesso a beneficiários de planos coletivos para que eles sejam vacinados em uma campanha pública sem que tenham que deixar seu local de trabalho. A ANS intensificará o diálogo sobre o modelo do sistema de saúde brasileiro e contribuirá para a melhoria da saúde no país através de parceria entre os setores público e privado.

É importante criar um sistema que permita a identificação única do cidadão, independentemente de qual sistema de saúde (público ou privado) ele utiliza e o futuro desenvolvimento do prontuário eletrônico de posse exclusiva de cada cidadão.”

Já FORGIA & COUTTOLENC (2008) apontam como indispensável para a saúde pública brasileira, o aumento da autonomia e da responsabilização dos hospitais públicos:

“Quaisquer esforços para melhorar a qualidade e a eficiên­cia dos hospitais públicos dependerão do aumento da mo­tivação e “pro atividade” de seus gerentes. Nas condições atuais, mesmo os gerentes mais motivados e treinados terão dificuldades para melhorar o desempenho. Muitas decisões-chave são tomadas fora do hospital. Restrições rígidas no gerenciamento prejudicam os esforços para aumentar a responsabilização. Para levar autonomia à vasta maioria dos hospitais públicos será necessário desenvolver e testar estratégias de conversão hospitalar (para planos organizacionais autônomos) com base na experiência brasileira e internacional. Embora seja um ingrediente necessário, a autonomia em si não é capaz de melhorar o desempenho nos hospitais públicos. Tam­bém são necessários contratos de serviço, cumprimento dos contratos, financiamento baseado em desempenho, gerenciamento de recursos humanos flexível e um sólido ambiente de informações.”
Em relação ao atendimento hospitalar, tende-se a acreditar que muitos turistas farão seguros de saúde com permissão para atendimento nos melhores hospitais particulares da cidade. Porém, a rede pública deve estar preparada para atender à demanda de visitantes por considerar que a saúde é direito constitucional.
É importante ressaltar que a rede pública precisará de ampliação no atendimento clínico, cirúrgico, obstétrico, ambulatorial e de urgência. O crescimento não pode ser apenas na quantidade de leitos disponíveis, visto que esta já é uma necessidade atual, mesmo sem o aumento na demanda populacional. Os equipamentos também devem ser modernizados de forma a agilizar resultados para atender maior quantidade de pacientes. Os recursos humanos devem passar por treinamentos de especialização a fim de verificar a real necessidade de novas contratações para adaptação a uma realidade que é apenas temporária.
Em relação aos custos, conforme divulgado pelo site da prefeitura do RJ (www.cidadeolimpica.com), a estimativa é que serão necessários investimentos na ordem de US$11,3 bilhoes nas diversas cidades brasileiras que sediarão os jogos da copa do mundo e de US$15,8 bilhoes para os jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. É possível encontramos citações de melhorias no Sambódromo, Maracanã e cidade do Rock; bem como a construção de um centro de excelência paraolímpico e de um parque olímpico, dentre outras obras importantes. Porém, não existe menção a utilização de parte desta verba para melhorar o sistema de atendimento hospitalar público.

METODOLOGIA
 A metodologia a ser aplicada será a Descritiva, tendo como instrumento de coleta de dados a Pesquisa Exploratória.

REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. Acessado em <http://www.ans.gov.br>
DATASUS. Cadernos de Saúde, 2010.
FORGIA, G.M.L.; COUTTOLENC, B.F.. Desempenho Hospitalar no Brasil – A busca da excelência. Jornal Em Breve, n. 120, 2008.
MAXIMUS, A.. Uma reflexão sobre as olimpíadas 2016 – coluna do dia. Jornal perspectiva política, 2009. Acessado em <http://perspectivapolitica.com.br>
Portal da Saúde <http://portal.saude.gov.br>
PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. Acessado em <http://www.cidadeolimpica.com>

FORMAÇÃO DO GRUPO

ALCIDES DOS SANTOS CHAGAS - A00025
ANA CRISTINA DA SILVA A00038
ANNE CATHARINA DE OLIVEIRA COUTINHO A00031
GERALDO FELICIO DA SILVA - A00026
JANAINA BARROSO LEITE - A0003




Um comentário: